25.9.08

Iniciativa do UNFPA amplia apoio de parteiras para salvar mulheres e bebês




Nova York, 22 de setembro de 2008 — O UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, e a Confederação Internacional de Parteiras (ICM, do inglês International Confederation of Midwives) acabam de lançar uma iniciativa para enfrentar a séria falta de parteiras nos países em desenvolvimento.

A cada ano, ½ milhão de mulheres morre durante a gestação ou o parto e entre 10 e 15 milhões de mulheres são vitimadas por doenças e seqüelas graves ou permanentes. Além disso, três milhões de recém-nascidos morrem na primeira semana de vida e outros três milhões nascem mortos. Muitas dessas fatalidades poderiam ser prevenidas se todos os partos fossem, pelo menos, acompanhados por parteiras.
“Com o investimento em parteiras e no acesso universal à saúde reprodutiva, milhões de vidas poderão ser salvas e poderemos alcançar o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio no. 5, relativo à melhoria da saúde materna”, afirmou a Diretora Executiva do UNFPA, Thoraya Ahmed Obaid.
Seria necessário haver 334 mil parteiras adicionais em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Estima-se que a atenção qualificada ao parto, com a garantia de cuidados obstétricos de emergência, poderia reduzir em 75% o número de mulheres mortas durante a gestação e o parto.
O novo programa de parteiras do UNFPA e da ICM aumentará o número de nascimentos atendidos por parteiras profissionais e desenvolverá as bases para a sustentabilidade da força de trabalho nessa área em alguns países em desenvolvimento selecionados. O foco será na capacitação de parteiras e melhoria da educação nesse setor, desenvolvendo padrões para a prática e fortalecendo as associações nacionais da categoria.
“Precisamos de ativistas fortes, que possam urgir os governos para que invistam nas tão necessárias parteiras”, afirmou a Presidente da ICM, Bridget Lynch. “Mas também precisamos trabalhar com os governos para garantir a ampliação e a melhoria da qualidade dos serviços das parteiras. Eles precisam apropriar-se desse esforço”.
Com recursos da ordem de U$ 9 milhões, a iniciativa será implementada inicialmente em 11 dos países mais afetados com os mais altos índices de mortalidade materna e seqüelas da gestação e do parto, além das mais baixas taxas de nascimentos atendidos por profissionais qualificados: Benin, Burquina Faso, Burundi, Costa do Marfim, Djibuti, Etiópia, Gana, Madagascar, Sudão, Uganda e Zâmbia. O programa será ampliado para incluir 30 ou mais países, se os recursos permitirem.
O projeto, que deve durar três anos, é financiado pelos Países Baixos e pela Suécia e será implementado pelos escritórios da ICM e do UNFPA nos países selecionados.

Links relacionados:
Media kit e dados sobre saúde materna: http://www.unfpa.org/safemotherhood/mediakit/
UNFPA: Stepping up to save women’s lives: http://www.unfpa.org/mothers/index.htm
ICM – International Confederation of Midwives: http://www.internationalmidwives.org/

7.9.08

A verdadeira massagem tailandesa- Conheça a técnica oriental, confundida erroneamente com uma prática erotizada, que promete sintonizar corpo e mente



Praticada na Tailândia há mais de 2.500 anos, a verdadeira massagem tailandesa é um hábito sério que está muito distante do que muitas pessoas associam ao erotismo. Por conta disso, pode ser identificada sem qualquer tipo de dúvida ou associação como massagem thai. O nome massagem tailandesa já é ligado diretamente a um método que envolve sexualidade.
Fama distorcidaA ligação da prática ao erotismo se deve a um fator histórico, disseminada há algumas décadas. Esta "fama" chegou aos ouvidos do mundo pelos americanos. Durante a Guerra do Vietnã, muitos soldados da tropa dos Estados Unidos se estabeleceram por um tempo na Tailândia. E não é novidade para ninguém que durante estes longos períodos de guerra, os militares aliviam as tensões com garotas de programa. Na Tailândia, a prática da massagem é bastante comum entre toda a população, e as prostitutas, além de cumprirem com suas obrigações de trabalho, aplicavam a massagem nos soldados, para diminuir o stress dos mesmos. Foi assim que nasceu a associação da massagem tailandesa a um hábito com conotações sexuais. Mas o verdadeiro método é diferente da fama popular. Aqui no Brasil existem pouquíssimos estabelecimentos que oferecem o verdadeiro tratamento tailandês. Existem muitos anúncios e sites que divulgam a massagem como uma prática onde terapeuta e paciente devem ficar completamente nus. Mas o Guia da Semana foi atrás de dois professores que aprenderam a técnica no país de origem, e a trouxeram a São Paulo, onde abriram uma escola.
photocase.deO professor chileno Javier Sunder, que abriu a Escola de Massagem Meditativa Thai, é formado pelo Instituto Internacional de Massagem Thai, assim como sua co-fundadora, a professora Marjorie Sá. Desde a adolescência, interessava-se pela cultura oriental e chegou a fazer cursos com um grupo de americanos que levou a técnica pela primeira vez aos EUA. Para expandir seus conhecimentos, foi à Tailândia em 2000 e cursou durante seis meses no Instituto. Lá, conta que fazia aulas com estrangeiros do mundo inteiro e aprendia a teoria e a prática de ioga, tai chi e da massagem thai, com explicação e treino, recebendo demonstrações todos os dias. Algumas vezes, as aulas eram complementadas com compressas e sessões de sauna. Com todo o conhecimento de raiz sobre a cultura, Sunder explica em palavras no que consiste a massagem: "A massagem thai centraliza a mente e o emocional da pessoa para deixá-la num estado de disposição física. Torna o corpo vibrante, fazendo a energia circular por inteiro em todas as partes." Como uma terapia oriental, a massagem contribui para o centramento mental, a paciência e a concetração. Além de cultivar a saúde, conscientiza a respiração. É uma forma de meditação, como no tai chi e ioga.
photocase.deAo contrário de muitos tratamentos ocidentais e técnicas de massagem que apenas tratam de problemas físicos, a prática thai concilia o estado físico ao mental, a fim de deixá-los em sintonia, no mesmo estado de relaxamento. "A grande técnica é o corpo ativo fisicamente e passivo mentalmente. Enquanto a energia do corpo flui, a mente se acalma. A massagem thai cuida da mente pelo corpo. A mente é a parte invisível do corpo e o corpo é a parte invisível da mente.", explica Sunder. É uma técnica preventiva. Os orientais que praticam a massagem thai buscam o rejuvenescimento e uma vida saudável. Durante a prática, as memórias que poderiam estar há muito tempo esquecidas, reaparecem no corpo. O processo busca integrar as emoções. A ação já fala por si, pois o acolhimento do terapeuta significa uma grande cura.
DivulgaçãoOs movimentos durante o processo são bastante ativos. Todas as articulações são trabalhadas e existem muitos gestos de torção. O método central é uma dança contínua no ritmo da respiração - profunda, lenta e consciente durante todo o tempo. A massagem tem um ritmo próprio, determinado por uma música de fundo. Altera a consciência, propiciando o relaxamento e fazendo com que os pensamentos caminhem em direção ao corpo. Nas palavras do professor, "Saindo de uma atividade racional para uma sinestésica, as sensações corporais levam para uma verdadeira viagem." O relaxamento é muito importante durante a prática. É uma das propriedades dos músculos do corpo. A outra é a ação, a única explorado pelos métodos ocidentais de exercícos físicos. Por essa razão que quem pratica muita musculação apresenta um aspecto travado. Estes atletas não trabalham o relaxamento do corpo.

Por Mariana Pastore - fotos divulgação
publicado no http://www.guiadasemana.com.br/noticias.asp?ID=18&cd_news=27837&cd_city=1

Já pensou em Praticar Yoga ao lado de seu bebê recem nascido???




O Yoga trabalha o corpo de forma completa, promovendo saúde física, mental e energética. O Baby Yoga é uma técnica e talvez umas das poucas oportunidades que a mamãe tem de resgatar força e flexibilidade de forma agradável, integrando e harmonizando com seu filho. Com atenção especial para a recuperação do parto e do tônus muscular, o Baby Yoga busca posturas especificas para as necessidades da nova mamãe, e para isso, não é necessário experiência prévia com o yoga, porém, é fundamental que a mamãe participe das aulas após um tempo do parto, sendo de 2 semanas para parto normal e 4 semanas para parto cesariano. Durante a pratica, o bebê é envolvido em diversos movimentos junto com a sua mãe, incentivando-a enquanto permanece ao seu lado. No Baby Yoga todas as pessoas são beneficiadas, os bebês através dos exercícios de estimulação, massagens, mantras e ásanas (posturas da Yoga) que complementam a aula, já para as mamães, os mesmos movimentos combatem e aliviam o stress, auxiliam na amamentação, fortalecem e alongam musculatura da coluna, pélvis e da barriga. O inicio da prática do Baby Yoga é aconselhada para crianças de até 8 meses, podendo ser feita em crianças com até 1 ano e meio.A prática regular de Baby Yoga promove: - melhoria significativa na postura;- equilíbrio, proporcionando relaxamento e bem estar; - redução de desconfortos, tensões, ansiedade e stress;- aumento o tônus muscular, inclusive do abdômen;- queima de gordura;- amizades e troca de experiências com novas mães e bebês As aulas são realizadas com até 3 mães e 3 filhos, mas também podem ser feitas individuais.
Por Marjorie Sá
www.divinasmaes.com.br

Onde praticar aulas de Baby Yoga:
sextas feiras das 16h as 17h no Espaço Rasa - São Paulo
publicado no http://sentirbem.uol.com.br/index.php?modulo=novidades_prod&id=155&tipo=

Anjos da floresta: parteiras ajudam mulheres a dar à luz no Amapá


Data: 29/06/2002Local: São Paulo - SP Fonte: O Estado de S.Paulo Link: http://www.estado.com.br/
No Amapá, pontinha do Brasil, mulheres sem diploma, nem alfabetização, têm garantido a queda no número de cesarianas e nas taxas de mortalidade materna e infantil. São as parteiras, que ajudam mulheres que vivem à beira dos rios e nas florestas, a dar à luz a brasileiros e brasileiras sem plano de saúde ou INSS
As parteiras existem desde sempre, mas só há sete anos são reconhecidas.
Isso, no Amapá, onde trocam, com médicos, experiências sobre como trazer vida ao mundo. Ganham, do governo, meio salário mínimo por mês e são responsáveis pelas estatísticas que fizeram do estado, o campeão de partos normais no Brasil: 88%.
O relacionamento entre eles é um mar de rosas - literalmente, pois não faltam espinhos. Afinal, os homens de branco estudaram - e muito - para ter o controle do parto nas mãos.
Elas, não. São pescadoras, agricultoras, artesãs, benzedeiras, índias, castanheiras, lavadeiras, extrativistas, donas de casa, na maioria analfabetas. Em compensação, conhecem a biologia feminina o suficiente para saber que respeitar o ritmo do corpo e a mulher, prestes a dar à luz, é fundamental para diminuir a dor e o tempo do parto.
E a população amapaense respeita e confia nas parteiras. Mais que ajudantes da mulher prestes a ter um filho, elas atuam como agentes de saúde, conselheiras, curadoras da família e dos necessitados, na medida em que conhecem as comunidades, seus segredos, intimidade e dramas que se desenrolam na mata e nas vilas.
Por tudo isso, está no cotidiano delas o ponto de partida para a discussão sobre o parto humanizado, que ganha corpo no Brasil e em vários países desenvolvidos. Essa nova (velha) prática consiste em garantir às mulheres o direito ao parto natural, em um ambiente em que se sintam seguras e no qual se respeitem seu bem-estar, sua intimidade e suas preferências pessoais e culturais.
Arte de Partejar - "No Amapá, parteiras fazem a maioria dos partos e não temos casos de mortalidade materna. A mulher escolhe onde quer parir e pode contar com um acompanhante e duas parteiras.
Desse jeito, a criança já nasce feliz. Tem mulher que nunca pariu no hospital e tem 10, 12 filhos", comenta Maria Teresa Bordallo que, como suas colegas, orienta as gestantes a fazerem o pré-natal e acompanha toda a gestação.
Só casos de alto risco são levados ao hospital, com diagnóstico. E, mesmo assim, só depois que as orações para Nossa Senhora do Bom Parto e à Santa Margarida não dão resultados, o que é raro acontecer.
As parteiras se acham escolhidas por Deus para a arte de partejar. Acreditam que se torna parteira aquela que chorou no ventre materno. O aprendizado do ofício, afirmam, é transmitido também de modo meio mágico: revelado em sonho ou depois de doença grave...
"Quando unimos o saber popular com o saber científico as coisas melhoraram", afirma Maria Teresa, presidente da Rede Estadual das Parteiras do Amapá.
"Mas se o médico foi para a escola, nós temos um dom de Deus."
E - complementemos - um "hospital" próprio, a Casa de Parto de Oiapoque, a primeira da Amazônia, funcionando desde novembro de 2001. "É como se fosse a casa da parteira, para quem não pode ter o filho em sua própria casa, por problemas de estrutura, asseio...", explica.
Bênçãos à parte, em estudo feito com 200 parteiras do Amapá, descobriu-se que 53% são casadas, 15% solteiras, 20% viúvas e 12% separadas.
A média de idade é 54,6 anos e a fecundidade de 8,4 filhos. Partos assistidos: cerca de 381,5 cada uma. Como suas pacientes, habitam áreas carentes, exercem sua arte sem garantia trabalhista, muitas vezes recebendo, como paga, um punhado de milho ou uma galinha caipira.
Vitória do 'Primitivo' - A prática dessas parteiras se repete em pontos distantes do Brasil e começa a alcançar o chamado sul maravilha. Sem as rezas, sim! Mas partindo do mesmo princípio.
No Rio de Janeiro, por exemplo, as enfermeiras obstetras Marilanda Lopes e Heloísa Lessa desenvolvem o projeto "Manhê": "Assistimos parturientes em nosso consultório desde o pré-natal, que inclui três consultas domiciliares, para que ela escolha o local de sua casa onde terá o bebê e para planejarmos o material a ser usado. Nosso projeto é centrado no estudo teórico da ecologia do parto e temos um obstetra e um pediatra na equipe. Como suporte, uma clínica padrão para eventuais casos de internação."
Em abril, na capital fluminense, a Fiocruz e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) realizaram o Congresso Internacional de Ecologia do Parto e do Nascimento, para debater o parto mais como uma celebração humana que um ato médico.
Mas, a estrela do encontro não foi uma parteira e, sim, o médico francês Michel Odent, coordenador do programa "Parteiras Francesas", especialista em partos domésticos e defensor de sua humanização.
Ele é contra a interferência exagerada dos médicos na evolução natural do parto, e é crítico ferrenho da "epidemia de cesarianas" ocorrida no século 20 - a Organização Mundial de Saúde considera aceitável uma taxa de cesárea não superior a 15% ao ano. "Hoje, bebês vêm ao mundo com dia e hora marcada. O médico antecipa o nascimento rompendo a bolsa, forçando a dilatação do colo do útero com o dedo, controlando as contrações com soro", enumera Marilanda Lopes, também professora de Obstetrícia da Faculdade de Enfermagem da UERJ.
É condenável para Michel Odent, ainda, a conversa com a parturiente durante o trabalho de parto. "O médico tem de apoiar, sem verbalizar, sem estimular o neo-cortex (a parte do cérebro que nos deixa em alerta). Conversar impede que seu cérebro primitivo se manifeste. E é ele que leva a pessoa a fazer coisas que não faria em sã consciência, como gritar e ficar em posições que facilitam o nascimento do bebê", esclarece a professora.
E vai além: um ambiente doméstico, dentro da realidade da paciente, e acompanhantes de sua escolha também facilitam seu contato com o eu interior.
"Dessa forma, ela libera hormônios, presentes durante a evolução do trabalho de parto, e morfinas naturais do organismo (as endorfinas), que são analgésicos potentes, capazes de diminuir a dor natural do momento."
"Qualquer olhar externo, insiste o francês, inibe a evolução natural do parto." E isso vale para a equipe médica - com muitos estranhos -, e para a filmagem do nascimento, tão em moda nas maternidades top do País. Mulheres atendidas dentro dos princípios de Odent levam de 4 a 6 horas em trabalho de parto. No método atual, os livros de obstetrícia descrevem partos de 12 a 18 horas.
Estudiosos e defensores do parto humanizado, no entanto, acreditam que o nascimento pode ser rápido e seguro não só nos domicílios ou casas de parto.
Os hospitais e centros de nascimento também podem adaptar-se à velha e vitoriosa prática de não interferir no ritmo da natureza, dispensando palmadas, luz no rosto e excesso de tecnologia em nome da vida.
“Comecei a fazer parto com 16 anos por conta de uma necessidade. Vivia na margem do Amazonas e lá não tinha parteira. Saíram para buscar uma e me vi só com a sra. Domingas. Aí, tive de fazer o parto. “Acho que já fiz mais de mil, sem nunca ter perdido uma mãe ou um filho. Mas o mais difícil foi dentro de um avião. Só fazemos partos de baixo risco, de alto risco encaminhamos para o hospital. Só que nesse não teve jeito, estávamos indo para o hospital. A criança nasceu com 5 quilos.” - Teresa Bordallo, 52 anos, presidente da Associação do Movimento das Parteiras Tradicionais do Oiapoque, que reúne 118 profissionais, e da Rede Estadual das Parteiras Tradicionais do Amapá. “O primeiro parto que eu fiz foi o da minha mãe. Tinha 12 anos. Foi uma surpresa muito grande. Meu pai foi buscar a parteira, minha mãe chamou minha irmã de 14 anos, mas ela não teve coragem. Daí, ela me chamou e eu fui. Ficamos só nós duas no quarto e mamãe me dizia o que fazer. Depois que eu terminei, chegou a parteira. “Com o tempo, passei a ajudar a madrasta do meu pai, que também era parteira. Eu amarrava o umbigo, dava a tesoura, fazia a oração para ajudar a descolar placenta colada... “Fiquei uns dez anos sem fazer parto, mas não teve jeito. Um dia, voltei para casa, e minha cunhada estava dando à luz. Fiz o parto. Meu sobrinho nasceu, mas não respirava. Bati a tesoura no prato, fazendo zoada perto da cabeça dele, o prato quebrou em cima dele e ele despertou.” - Balbina Loureiro Dias de Lima, 47 anos
Tania Regina Pinto
Copyright © 2008 Amigos da Terra - Amazônia Brasileira. - Todos os direitos reservados.